Como se criam os mitos?
A arte de D. João V, o palácio-convento de Mafra e muitas (fanta)histórias

Numa parceria entre a Biblioteca Escolar e o programa CES vai à Escola e no âmbito da Educação para a Cidadania e da disciplina de História A, realizou-se, no dia 10 de novembro, uma sessão intitulada “Como se criam os mitos? A arte de D. João V, o palácio-convento de Mafra e muitas (fanta)histórias”, com a investigadora do Centro de Ciências Sociais de Coimbra – Giuseppina Raggi.
Esta sessão incidiu sobre o reinado de D. João V e, através da análise crítica e atenta das fontes, veio reforçar a consciência do quanto o conhecimento histórico/científico está em constante atualização, graças ao papel da investigação científica.
Desfizeram-se alguns mitos e os alunos foram convidados a ir ao encontro dos sonhos de D. João V.
Projetos que passavam pela renovação/modernização da cidade de Lisboa que o rei pretendia que adquirisse o carácter imperial e patriarcal, inspirando-se para tal na grandiosidade do Império Romano (ex.: o Palatino Antigo), mais próxima da austeridade dos Habsburgos (palácios residenciais de Inverno e de Verão), por influência de sua esposa Maria Anna de Áustria, e bem mais distante do Palácio de Versalhes, ao contrário do que se costuma afirmar. O Palácio Real de Versalhes do qual também se distancia o Palácio de Mafra, um palácio convento. Foi interessante verificar como D. João V, sempre em busca da grandiosidade, da exuberância e ostentação, contornou a simplicidade e humildade exigidas pelos frades arrábidos (franciscanos descalços) ao impor a utilização de materiais ricos, como é o caso do mármore.
Um momento de aprofundamento de conhecimentos, aprendizagens e de reflexão que, na realidade, acabou por constituir um verdadeiro testemunho do quanto é importante a proximidade entre os centros de investigação, as escolas e respetivas práticas pedagógicas.

o químico, as suas ideias e crenças

(3 de novembro de 2023)

De modo a celebrar o centenário da morte do Prof. Doutor Ferreira da Silva, em colaboração com o Plano Nacional das Artes e com a Biblioteca Escolar, no âmbito de uma articulação interdisciplinar, no auditório da Biblioteca Municipal Ferreira de Castro, no dia 3 de novembro, o nosso agrupamento de escolas participou numa homenagem ao Prof. Doutor Ferreira da Silva, à sua vida e obra. Esta homenagem entrosou a apresentação do prof. Rui Gomes – “Ferreira da Silva, cinco estações em algumas fotografias” com a biografia encenada, pela turma do 12.ºA de Línguas e Humanidades, que, com um espírito de entrega absoluta, deu vida e voz às palavras do livro Ferreira da Silva, o primeiro químico português, da autoria do prof. Rui Gomes, editado pela Opera Omnia. No final, os alunos do 2.º ciclo, dirigidos pelo prof. Luís Miguel Moita, interpretaram, com empenho e alegria, o hino da Escola Básica e Secundária Dr. Ferreira da Silva, cuja letra vai ao encontro dos princípios e valores do nosso patrono.

Esta homenagem foi acarinhada não somente pela Biblioteca Municipal Ferreira de Castro, que organizou este evento, mas por outras figuras de relevo na vida do concelho, com destaque para o Sr. Vereador Rui Luzes Cabral, cujo discurso felicitou o Agrupamento de Escolas por dar a conhecer tão bem uma das figuras mais ilustres do concelho de Oliveira de Azeméis: Ferreira da Silva, o “pai” da toxicologia em Portugal.

Entretanto, foi a vez de, no dia 4 de novembro, os nossos alunos 12.ºA de Línguas e Humanidades se deslocarem ao Laboratório Ferreira da Silva do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP), que os convidou e abriu as suas portas à referida biografia encenada, apresentada ao público pelas 18:00h. Os nossos discentes encheram de vida e emoção aquele espaço museológico, que recria o laboratório químico do século XIX, onde o professor Ferreira da Silva e os estudantes desenvolveram atividades científicas. Este momento resultou duma parceria entre a Universidade do Porto, a Sociedade Portuguesa de Química e o nosso Agrupamento de Escolas e associou-se a muitas outras dinâmicas que o referido laboratório tem vindo a promover, como se pode consultar na sua agenda cultural: https://noticias.up.pt/um-ano-para-celebrar-uma-vida-dedicada-ao-ensino-e-a-quimica/.

Esta homenagem ao Prof. Doutor Ferreira da Silva constituiu também um marco na vida de cada um dos alunos, pois eles tiveram a oportunidade de conhecer e encher com as cores e as emoções das palavras um espaço de beleza rara da cidade do Porto.

Para celebrar o Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), os alunos foram desafiados a ler “O Convidador de pirilampos” e a partir da obra atreverem-se a imaginar e a criar. Assim, os docentes de EMRC dedicaram as Leituras Dialogadas do mês de outubro à exploração deste livro do escritor angolano Ondjaki, ilustrado por António Jorge Gonçalves. Por sua vez, a docente de EVT de 2.º ciclo recorreu à técnica da dobragem de papel para criar pirilampos cénicos.
A narrativa cativante e poética motivou vários alunos do 12.º B e do 8.º A a apresentarem o texto aos colegas do 2.º Ciclo, propiciando um trabalho colaborativo e uma articulação vertical entre os três níveis de ensino. À literatura juntaram a música e a dança e enriqueceram a expressão artística ao darem vida às palavras escritas, proporcionando uma experiência emocional e sensorial a todos os envolvidos direta e/ou indiretamente.
Foi desta forma que o realismo mágico da história do menino que, com imaginação e criatividade, “cientistou” os pirilampos e perdeu o medo do escuro, foi apresentado, no auditório da EBS Dr. Ferreira da Silva, no passado dia 31 de outubro.
Pretendeu-se dar voz à mensagem de esperança e de luz dos pirilampos, possível apenas num ambiente de liberdade, e reiterar a relevância que a esperança e a persistência têm na criação de um futuro mais brilhante.

Na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, na temática “Instituições e Participação Democrática”, os alunos do 9º ano, propuseram-se a focar a sua atenção na bandeira nacional, um dos símbolos, a par do escudo e do hino, do novo regime, implantando em Portugal, no dia 5 de outubro e 1910: a República.

Os discentes reproduziram a bandeira nacional de variados modos e reutilizando materiais. Os alunos de outras nacionalidades apostaram igualmente em reproduzir as bandeiras das suas nações. Um trabalho que mereceu o empenho das turmas e que promoveu a Interculturalidade.

As referidas bandeiras perfumaram com as suas cores a Biblioteca Escolar.

Já em Articulação de Saberes, os alunos do 8.º ano inspiraram-se nos acontecimentos do 05 de outubro de 1910 e redigiram textos, alguns dos quais também estão expostos na Biblioteca Escolar.